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  • Foto do escritorDaniela Fernandes

Como cultivar uma orquídea?

Siga nossas informações e tenham suas plantas sempre lindas e floridas.

Para obter sucesso no seu cultivo de orquídeas, assim como em qualquer outra planta, é preciso conhecer diversas características sobre a espécie que você adquiriu. Ao obter informações descritivas sobre o ambiente de onde é nativa é possível saber sua distribuição geográfica, tipos de biomas em que se encontra, substrato e pH preferencial, temperatura média da localidade em cada estação do ano e umidade correspondente, a incidência de luz que é influenciada pela densidade de outras plantas ao seu redor, além do tipo e frequência de nutrição. Em suma, busque informações sobre a espécie que você possui.

Vá até o site do projeto REFLORA do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/PrincipalUC/PrincipalUC.do;jsessionid=0FDAD33F474CC067ADE7E7512F54D67C) caso você já saiba o nome da planta e queria saber se ela é nativa de biomas brasileiros. Nesse site você tem informações confiáveis sobre os locais de ocorrência das espécies. É o seu ponta pé inicial para investigar como a sua planta vive na natureza. Busque espécies de orquídeas que sejam compatíveis ao local que você vai colocar no imóvel e à sua região. No site acima você pode encontrar quais orquídeas foram catalogadas na sua região.

A seguir você encontra algumas dicas básicas de cuidados.


Nem toda orquídea precisa de terra para viver ....

Como vimos no post anterior, existem orquídeas terrestres, humículas, epífitas, rupícolas e até saprófitas. Por tanto em cada caso teremos substratos diferentes. Darei destaque para as terrestres, epífitas e rupícolas. Nesses três tipos de orquídeas o substrato não pode reter água por muito tempo, portanto, nada de substrato argiloso! As raízes necessitam mais de ar do que um confinamento num substrato compacto. Por isso o substrato deve ser misto, poroso, com distintos tamanhos de partículas e ácido (por conta da matéria orgânica em decomposição). Para compor esse substrato misto são utilizadas cascas de árvores, inclusive pinus, o musgo esfagno que retém umidade, casca de coco, carvão, perlita, pedra canga (para as rupícolas) combinados em diferentes proporções. Também já existe substrato para orquídeas vendidos no comércio.

Espécies de Oncidium, Miltonia e orquídeas com raízes pequenas gostam de mais umidade e, portanto o substrato deve conter uma mistura que retenha um pouco mais de água sendo composto por partículas pequenas. Já as Cattleya spp. e Phalenopsis spp. precisam de substratos com partículas médias. As espécies terrestres precisam de substrato rico em matéria orgânica. Alguns exemplos são: Sobralia spp., Phaius spp., Arundina spp. (ex. Orquídea-bambu), Paphiopedilum spp., Cymbidium spp.,(algumas espécies),Spathoglottis spp., dentre outras.


Temperatura e umidades adequadas

As orquídeas vivem mais confortáveis numa faixa de temperatura que varia dos 25 a 30ºC durante o dia, e dos 18 aos 25ºC à noite, pois a maioria das espécies que são vendidas comercialmente no Brasil tem origem tropical. É importante que haja uma diferença de temperatura entorno de 7ºC entre o dia e a noite.


Luminosidade

As espécies terrestres têm tendência de gostarem de mais luz como ocorre com a orquídea bambu (Arundina graminifolia), a orquídea grapete (Spathoglottis unguiculata) e Cimbídio (Cymbidium spp.) preferem sol pleno que estimulam a floração, mas toleram condições de meia-sombra. As espécies rupícolas também gostam de muita luz, mas sem o sol batendo diretamente nas folhas. Os produtores desse tipo de orquídea costumam a cultivá-las com uma tela que promove 30% de atenuação da luz. Um exemplo de planta deste tipo é a Laelia esalqueana. As espécies que são epífitas necessitam de uma maior atenuação da luz que sempre precisa ser indireta, já que no ambiente natural recebem luz filtrada pela copa das árvores. As espécies que são tropicais, independente do tipo de substratos que estão associada, vão necessitar de 12h de muita luz por dia nos 365 dias do ano, condição essa compatível com a região do planeta que ocupam.

As folhas indicam se a luminosidade está adequada se estiverem verde brilhante ela está saudável, se estão verde-escuras, a quantidade de luz é insuficiente e se a coloração está amarela, marrom, ou avermelhada, significa que a luz está em excesso.

Espécies que precisam de menos intensidade luminosa como Paphiopedilum spp., Phalaenopsis spp. e Oncidium spp. ficam melhor adaptada em ambientes externos com orientação para o norte ou o leste. Em ambientes internos toleram distâncias de 1 a 3 m da janela desde que não bata sol direto. Já as orquídeas que são adaptadas a intensidade luminosa de moderada a alta como Cattleya spp., Dendrobium spp. e Vanda spp. preferem ambientes externos orientados a oeste ou sul e ambientes internos com distâncias menores que 1 metro da janela, desde que não incida sol direto nas plantas. Deve-se evitar fixar orquídeas epífitas com qualquer requerimento de luz em árvores de copas muito densas com as mangueiras.


Rega

O regime de rega vai depender da espécie e da região do país onde ela está sendo cultivada. Plantas que têm uma necessidade maior de se manterem úmidas o tempo todo, mas não encharcadas como Paphiopedilum spp., Miltonia spp., Cymbidium spp. e Odontoglossum spp., vão precisar ser molhadas aproximadamente cada 5 dias em regiões úmidas e de temperatura amena no país. Enquanto que em condições de calor forte e ar seco devem ser molhadas a cada 3 dias. O ideal é colocar o dedo no substrato da planta para avaliar se é necessário regar ou postergar a rega. Espécies de Cymbidium não devem ser molhadas enquanto estiverem desenvolvendo a haste floral e nem durante a floração. A água vai ser obtida do que foi armazenado previamente pelos bulbos. Os gêneros Cattleya, Oncidium, Brassia, e Dendrobium também gostam de umidade, mas não o tempo todo, portanto dê um dia a mais de intervalo para a rega quando o substrato estiver secando. Já os gêneros Phalaenopsis, Vanda e Ascocenda não necessitam de muita umidade, toleram intervalos de seca, podendo ser molhados a cada 10 a 12 dias. Nos dias quentes e no verão, borrife água nas folhas nos dias em que não for regar a planta. Isso vale para qualquer tipo de orquídea. Já nos dias frios e no inverno aumente o intervalo entre as regas.

Cuidado para não deixar acumular água em vasos fechados. É necessário sempre preparar uma camada de drenagem para que as raízes não apodreçam em contado com a água. Dê preferência a vasos de barro perfurados (existem uns que são próprios para orquídeas), vasos naturais de fibra de palmeira ou vasos plásticos transparentes perfurados para que seja possível observar se as raízes estão saudáveis. Caso não estejam, é necessário reduzir o regime de regas. Por que é mais fácil uma orquídea morrer pelo excesso de água que pela falta.


Nutrição

A adubação pode ser feita por meio de adubos líquidos, líquidos foliares, em pó ou de longa duração. As dosagens de NPK mais comuns utilizadas em orquídeas são: 20-20-20 ou 20-10-15 para o crescimento, desenvolvimento de folhas e manutenção pós-floração, e 15-30-15 ou 10-20-10 ou 10-20-5 ou 8-45-14 que estimulam a floração. Para a o crescimento de folhas também podem ser utilizados adubos orgânicos como farinha de osso, torta de neem, torta de mamona. A adubação deve ser mensal, sendo que durante a floração, o inverno e após o replantio devem ser suspensas, sendo, nesse último caso, necessário esperar o enraizamento.

Caso você escolha adubos líquidos foliares, dilua o produto na água e molhe a parte inferior das folhas, pois é lá que estão os estômatos que realizam a absorção de água e nutrientes. Faça isso preferencialmente no final da tarde e se na manhã seguinte observar manchas das gotas da borrifada do adubo, borrife as folhas com bastante água para evitar a queima das folhas pelo produto. Não exagere na adubação o excesso pode queimar as raízes e dificultar a floração, mas a adubação insuficiente também dificulta a floração. Siga as instruções de uso do fabricante do produto.


Ventilação

As orquídeas gostam de locais arejados, porém sem corrente de vento direta que possa acelerar a desidratação da planta e suas flores.


Replantio

Ao fazer a troca de vaso, corte as raízes que estão mortas ou em decomposição. Reorganize as raízes de modo a apoiá-la de forma adequada no substrato e no vaso. Adicione mais, porém sem sufocar o sistema radicular.

Dendrobium, Miltonia, Paphiopedilum e Phalaenopsis e híbridos devem ser replantados anualmente. O replantio de Cattleya, Dendrobium, Oncidium, Odontoglossum e híbridos deve ser bianual. Enquanto que Vanda, Cymbidium devem ser mudados de compartimento a cada três anos, pois crescem mais lentamente.


Pragas e doenças

A melhor forma de evitar pragas e doenças é realizar o cultivo da espécie de orquídea que você escolheu da forma mais adequada. Com a umidade correta evitam-se fungos. A nutrição apropriada faz com que a planta esteja com sua saúde em dia e assim dificilmente as cochonilhas irão atacar. Caso ataquem, podem ser combatidos limpando as folhas com solução bem diluída de sabão de coco (diluir 10g de sabão de coco ralado em 1l de água). Para combater manchas na folhagem utilize calda de fumo de corda. Ferva 100g de fumo em água por uma hora, deixe esfriar. Depois dilua 5X e borrife sobre as folhas.


Dicas

- Não jogue a planta fora depois de florir, pois se cuidadas da forma adequada que voltar a florir. Phalaenopsis, por exemplo, chega a florir até três vezes por ano.

- Não colete ou adquira plantas vinda da natureza. Isso é crime ambiental! Diversas espécies ao redor do mundo se encontram em risco de extinção não colabore com essa tragédia. Escolha plantas de produtores responsáveis e busque informações com orquidófilos da sua cidade onde encontrar plantas produzidas de forma sustentável.

- Anote em uma plaquinha o nome da espécie da sua orquídea. Também registre as datas e floração e adubação para maior controle sobre a sua planta.

- Toda vez que precisar podar sua orquídea esterilize a tesoura com álcool ou com fogo. Repita o processo se for podar outra planta par evitar transmissão de doenças. Passe no corte um pouco de canela em pó que funciona como cicatrizante e antisséptico natural.


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